- Quando viaja a voz, que sem a boca continua, sabe calar a palavra quando já não encontra o momento que a necessita, nem o lugar que a quer? E a boca sabe morrer? Tornei-me mudo porque você nada me fala. As palavras que deixamos escapar, onde estarão? Seu (e meu) silêncio acabará me convencendo...
[...]
E quando pensava ter todas as respostas, mudaram as perguntas. O medo do silêncio atordoa as ruas. E as vozes sem boca me obrigam a escutar o que dizem em meu nome. E o medo continua sendo nosso pior conselheiro. Tornei-me cego, você não me olha. Tornei-me esquecido porque você não me recorda. Não lembra mais! Rumo ao porto, ou ao naufrágio, que nos espera esta noite. Apenas enquanto pode ser desbotado o vermelho de nosso sangue. E quanto rouco e silencioso pode ser o nosso grito?
- Estou cansando-me, olhando os fatos concretos em si, e que seja este discurso proferido pela última vez, mesmo, em definitivo.
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